O planejamento operacional da pesquisa consiste em prever as ações
que deverão ser efetuadas para aplicar a estratégia da pesquisa escolhida.
Estas ações dizem respeito à seleção da população a ser estudada, à definição
das variáveis e à coleta de dados, assim como à análise dos dados recolhidos.
População: Toda questão de pesquisa define um universo de objetos aos quais
os resultados do estudo deverão ser aplicados. A população alvo, também
chamada população estudada, é composta de elementos distintos possuindo
um certo número de características comuns. Estes elementos, chamados de
unidades populacionais, são as unidades de análise sobre as quais serão
recolhidas informações.
Uma população é um conjunto de pessoas, objetos, acontecimentos ou
fenômenos com pelo menos uma característica comum.
Amostra: Uma amostra é um subconjunto de indivíduos da população alvo.
Para que as generalizações sejam válidas, as características da amostra devem
ser as mesmas da população.
Existem dois tipos de amostras, as probabilísticas, baseadas nas leis de
probabilidades, e as amostras não probabilísticas, que tentam reproduzir o mais
fielmente possível a população.
Existem várias técnicas de amostragem, cada uma tem vantagens e
desvantagens, e a escolha deverá ser feita pelo pesquisador de acordo aos
objetivos propostos pela pesquisa, de forma a garantir (tanto quanto possível) o
sucesso da pesquisa e dos resultados.
Deve haver critério para a seleção desses elementos; cada elemento da
população deve ter a mesma chance de ser escolhido para garantir à amostra o
caráter de representatividade.
As técnicas para a determinação da amostragem são:
Amostragem probabilística:
a) Amostragem aleatória simples
É a seleção por meio de sorteio. Inicialmente, devemos listar ou numerar de
um a N a população a ser analisada, e posteriormente selecionar uma amostra
de pelo menos 10% da população mediante a um sorteio. Para o sorteio
podemos fazer uso da tabela de números aleatórios.
b) Amostragem sistemática
Esse método é um procedimento para a amostragem aleatória utilizado
quando os elementos da população já se acham ordenados.
Exemplo: Uma escola mantém um arquivo contendo os registros de
antigos alunos. Entre um total de 10 000 fichas, podemos tirar de forma
sistemática uma ficha a cada 10, totalizando uma amostragem de 1000 fichas.
Para garantir a mesma probabilidade para cada ficha da amostra, deverá ser
feito um sorteio da primeira ficha entre as 10 primeiras.
Supondo que a primeira ficha sorteada foi a de número 4, as fichas que
compõem a amostra são: {4, 14, 24, 34, 44,...,9984}.
c) Amostragem estratificada.
Considera a população dividida em subconjuntos, em que cada subconjunto
recebe o nome de estrato e apresenta uma característica comum entre seus
elementos.
Exemplo: suponha uma empresa com 84 funcionários, em que 25 pessoas são
do sexo feminino e as 59 restantes são do sexo masculino.
A população é constituída pelos 84 funcionários: N = 84 (100%)
Um dos estratos é constituído pelos funcionários do sexo masculino: N1 = 59
(70%)
O Outro estrato é constituído pelos funcionários do sexo feminino: N2 = 25 (30%)
A composição da amostra deve manter a mesma proporção dos estratos.
Amostra = 9 elementos
n1 = 0,70 x 9 = 6 homens e n2 = 0,30 x 9 = 3 mulheres
Amostragem não probabilística:
a) Amostragem acidental
b) Amostragem de voluntários
c) Amostragem por quotas
Variável
Variável é uma característica da população que pode ser classificada em
dois ou mais grupos disjuntos.
Classificação das variáveis pela sua natureza
Qualitativa:
- Nominal (não existe ordenação entre as categorias)
Exemplos: sexo, raça.
- Ordinal (existe uma ordem natural nas categorias)
Exemplos: classe social, grau de instrução, consumo de álcool.
Quantitativa:
- Discretas (resultado de contagens)
Exemplos: número de filhos, número de reprovações.
- Contínuas (resultados de mensurações)
Exemplos: estatura, nota na prova.
Observa-se que uma variável quantitativa pode-se transformar em uma
variável qualitativa e isso depende da descrição da variável.
Instrumento de pesquisa
Chama-se de “instrumento de pesquisa” o que é utilizado para a coleta de
dados. Em nossos estudos, vamos considerar, o questionário e a entrevista.
Estes dois instrumentos têm, de comum, o fato de serem constituídos por uma
lista de indagações que, respondidas, dão ao pesquisador as informações que
ele pretende atingir. E a diferença entre um e outro, é ser o questionário feito de
perguntas, entregues por escrito ao informante e às quais ele também responde
por escrito, enquanto que, na entrevista, as perguntas são feitas oralmente, quer
a um indivíduo em particular quer a um grupo, e as respostas são registradas,
geralmente pelo próprio entrevistador.
Os questionários e entrevistas possuem técnicas próprias de elaboração
e aplicação, que precisam ser obedecidas, como garantias para sua validade e
fidedignidade.
A entrevista é um diálogo preparado com objetivos definidos e uma
estratégia de trabalho. O questionário é um conjunto de questões préelaboradas,
sistemática e seqüencialmente disposta em itens que constituem o
tema de pesquisa.
Geralmente se preferem, para o questionário, perguntas fechadas e, para
a entrevista, perguntas abertas ou simplesmente tópicos. De fato, como nesta
última o entrevistador se encontra junto ao informante, bastam apenas
indicações mais amplas, podendo fazer, no momento oportuno, as adaptações e
complementações que forem necessárias, o que não acontece no questionário
onde o informante se encontra sozinho e sem nenhuma ajuda.
Perguntas fechadas são as que alguém responde assinalando uma das
alternativas, já anteriormente fixada no formulário.